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Reino Unido tira bebé a mãe portuguesa
Pais pedem ajuda monetária para custos do processo.
“A portuguesa Iolanda Menino, fisiologista cardíaca emigrante em Southampton, Inglaterra, viu o filho, de dois meses, ser-lhe retirado pelos serviços sociais britânicos depois de o pai, Leonardo Edwards, de nacionalidade inglesa, não conseguir dizer o nome nem o sexo do bebé no hospital Princess Anne.
Tudo começou no dia 1 de fevereiro, quando Iolanda Menino deu à luz numa piscina insuflável montada em casa. A parteira foi contactada seis horas antes do parto, mas só chegou à residência dez minutos antes de a criança nascer. O atraso fez com que existissem dificuldades em remover a placenta. A portuguesa perdeu “dois litros de sangue durante o parto”, segundo a história contada pelo casal no Facebook, e foi obrigada a ir até ao hospital Princess Anne , em Southampton.
Quando chegou ao hospital, Leonardo Edwards não soube dizer o nome nem o sexo do bebé. Três dias depois, a assistência médica foi a casa do casal, tratar da icterícia – coloração amarelada da pele e mucosas devido a um aumento de bilirrubina no sangue – do menino.
Depois destes episódios, as visitas das autoridades britânicas a casa do casal sucederam-se. O bebé acabou por ser retirado dos pais por considerarem que houve sinais de negligência.
Agora, os pais lutam para terem o filho de volta. Criaram a página de Facebook ‘Our Baby was Snatched by Social Services’ (‘O nosso bebé foi arrancado pelos serviços sociais’, em português), onde contam a história ao mundo, divulgam fotos do parto e pedem ajuda monetária para pagar custos relacionados com o processo, como por exemplo as viagens que têm de fazer.
Na página que criaram na plataforma GoFoundMe, para angariar dinheiro, já contam com a ajuda de 55 pessoas que, ao todo, doaram 1365 libras (1689 euros).
Portugueses em luta com autoridades
O caso de Iolanda Menino está longe de ser inédito em Inglaterra. Há dezenas de casos de portugueses a quem as autoridades ingleses retiraram os bebés. Um dos casos mais sonantes foi o da família Pedro, que em 2015 teve cinco filhos institucionalizados em Inglaterra.
A prática da retirada de crianças aos pais, sobretudo a imigrantes no país, tem sido criticada por diversas instituições ao longo dos anos.”
7 de Abril de 2016 às 10:10