Pais de bebé retirado no Reino Unido pedem intervenção das autoridades portuguesas
Os pais de bebé que foi retirado em fevereiro, com nove dias, pelos serviços sociais ingleses, pedem às autoridades portugueses que intercedam junto do Reino Unido para que o filho lhes seja devolvido
Agência Lusa
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14 mai 2016, 10:45 2
FÁBIO PINTO/OBSERVADOR
Os pais de um bebé que foi retirado em fevereiro, com nove dias, pelos serviços sociais ingleses, pedem às autoridades portugueses que intercedam junto do Reino Unido para que o filho lhes seja devolvido e não entregue para adoção.
A mãe, a portuguesa Iolanda Menino, e o pai, Leonardo Edwards, de nacionalidade britânica, já pediram audiências ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, ao ministro dos Negócios Estrangeiros e aos partidos com assento parlamentar, e têm realizado protestos em Lisboa para pedir a intervenção das autoridades portuguesas.
O casal teve um filho, na sua casa em Southampton, a 01 de fevereiro, mas o bebé foi-lhes retirado pelos serviços sociais ao fim de nove dias.
“Quero a certeza de que o menino nos é entregue. Senão, todos vão ser testemunhas de um rapto de um bebé. É a vida de um bebé que está em causa”, disse à Lusa Iolanda Menino.
A mulher afirma que o tribunal não tem acusações contra o casal: “Não há motivo nenhum para terem o menino longe dos pais. Não há alegações, então entreguem o menino”, exigiu a mãe.
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O casal relatou à Lusa que, na sequência do parto, a mulher sofreu uma hemorragia e foi internada, no mesmo dia, para a remoção da placenta, e teve alta no dia seguinte.
O casal acusa a enfermeira do sistema nacional de saúde que foi a casa acompanhar o parto – onde já estava uma ‘doula’ contratada pelo casal – de puxar o cordão umbilical, provocando uma forte perda de sangue.
No terceiro dia de vida da criança, duas enfermeiras do sistema nacional de saúde dirigiram-se à casa de Iolanda e Leonardo, em ocasiões diferentes, para observar o bebé, mas eles recusaram-se a abrir a porta, alegando que a mãe estava cansada e que não havia marcação para estas visitas. Também um agente da polícia se deslocou depois à sua casa, tendo, então, visto a criança. Ficou marcada uma consulta com uma enfermeira para o dia 12 de fevereiro.
Os pais levaram a criança para o hospital aos cinco dias de vida por ter icterícia. Santiago ficou internado para um tratamento de três dias, mas os pais foram então informados de que o tribunal decidira que a criança lhes seria retirada.
Iolanda Menino descreveu que não tiveram sequer oportunidade de se despedir do filho, porque quando tentaram fazê-lo, disseram-lhes que o bebé já tinha sido levado.
Desde então, o casal viu o bebé em períodos diários de 90 minutos, mas não diariamente, até 04 de março, quando o viram pela última vez.
Em abril, os dois vieram para Portugal para reclamar o apoio dos responsáveis nacionais e afirmam que no Reino Unido foram impedidos de falar publicamente sobre o caso, sob ameaça de prisão, razão por que se recusam a regressar àquele país.
As autoridades inglesas, que se escusaram à Lusa a comentar casos particulares, deverão decidir, na próxima sexta-feira, dia 20, se entregam a criança definitivamente para adoção, mas Iolanda Menino e Leonard Edwards instaram os serviços sociais do Reino Unido a entregar-lhes a criança, esta quarta-feira à tarde, no aeroporto de Lisboa.